terça-feira, 10 de maio de 2011

O primeiro amor







É. não sei ao certo como chamar você, diário, caderno, agenda, mas tudo bem né.. Por enquanto você vai ser o meu amigo que eu posso contar tudo que eu sinto e tudo que eu penso e você nunca, jamais vai revelar meus segredos. Me chamo Laís, moro numa cidade pequena no interior de São Paulo, tenho uma irmã menor que eu, e outra maior.
Meus pais estão meio que separando, e não param de brigar, todos os dias têm um motivo novo para começar uma briga. Meu pai se chama Hugo e minha mãe Maria, minha mãe pegou meu pai com outra na nossa casa quando ela estava chegando do mercado, e meu pai jura de pés juntos que foi a mulher quem se ofereceu. Minha avó se chama Vera e vive sempre se metendo na relação dos meus pais, e acredite.. isso deixa minha mãe muito irritada, minha avó acha que minha mãe não é suficiente para o meu pai e que não está nem ai pra ele e sim para o dinheiro que ele tem. Bom, minha mãe está me chamando para tomar café. Beijos diário.
Fecho a porta do meu quarto, coloco a chave na minha bolsa (não deixo a chave do meu quarto em casa, tem muitas coisas comprometedoras ali) Na escada eu já escuto meus pais discutindo.
- Bom dia mãe, bom dia pai.
- Bom dia só se for pra você filha, por que pra mim não tem nada de bom, seu pai não faz nada, só sabe incomodar e não quer sair de casa.
- Maria para com isso que nossas filhas não têm nada haver.
- Como é que é Hugo? Elas não têm que saber que você estava me traindo com a faxineira do segundo andar? É isso?
- Chega Maria. Chega, não aguento mais você e suas loucuras, chega!
- Parem vocês, mas que droga, todo dia uma briga, isso cansa a gente, se não se suportam mais se separem, e para logo com essa droga de vida, isso nos atingi, isto é péssimo. - Levanto, pego uma maçã. Estou indo pra escola, tchau. -Bato a porta.
Minhas amigas estavam me esperando na praça, e então seguimos para a escola. Yasmin era a mais abusada e não tinha vergonha na cara, falava o que tinha que falar e foda-se o sentimento dos outros, Já a Bruna era diferente... Ela não queria magoar ninguém e não se metia em nada, se alguém quisesse conversar ela estava ali disposta a escutar.
  • E ai Laís, sua casa continua um inferno?
  • Ah Yasmin, a cada dia que passa as coisas ficam piores viu... Até pensei que eles iam parar com essa história de querer separar e de discutir, mas minha mãe não é fácil de lidar, quando ela pega um assunto ela vai até o fim.
    Yasmin começou a rir sem parar. Eu olhei pra ela sem entender nada, e vi Bruna dando um beliscão nela.
    - Do que tá rindo Yasmin? Perguntei irritada.
    -Deve ser pelas brigas que você está tendo em casa que veio sem pentear o cabelo e com a blusa do pijama né?
    - Caramba, esqueci de por outra blusa. Vão indo na frente que eu vou voltar pra casa e me arrumar.
    - já é. Falaram as duas.
    Cheguei em casa, peguei uma blusa qualquer, prendi meu cabelo sem pentear mesmo, escovei os dentes (nem isso eu tinha feito), peguei minha bolsa, e fui pra escola. A caminho da escola passou um carro e quase me levou junto, eu cai no chão, e então o cara que estava dirigindo desceu e foi ver se eu estava bem.
    - Ei mina, te machuquei?
    Olhei pra ele, fiquei sem fala, ele era lindo, parecia um anjo, tinha cabelos pretos, olhos verdes e um sorriso lindo.
    - É.. Não tá tudo bem, eu só fiquei meio assustada, mas tá tudo bem.
    -Ah que bom. Não quer que te leve no médico nem nada?
  • -Eric! escuto alguém chamar ele por esse nome.
    Ele olha pra trás e fala que já vai.
    - Bom, eu tô atrasada pra escola, então... tô indo, e desculpa por quase ter feito você me matar. Sorrio meio sem graça
    - Tudo bem, eu que tenho que pedir desculpas por estar querendo aprender dirigir assim.
    Ele vai indo em direção ao carro, eu levanto do chão, e sigo o caminho para a escola. Cheguei atrasada na segunda aula.
    Bati na porta.
  • - Licença, posso entrar?
    - Você está atrasada Laís. Falou a professora.
    - É, eu sei, desculpa. Entrei e sentei lá trás.
    Sinto alguém me cutucando. Olho para trás, e era Yasmin.
    -Nossa você demorou em menina, o que estava fazendo?
    -Ah aconteceu umas paradas no caminhos, depois eu te conto.
    -Ah não Laís conta agora.
    - Vocês duas querem conversar lá fora? Perguntou a professora
    - Não professora, desculpa.
    Hora do intervalo.. Esperei a Bruna e Yasmin chegarem até mim.
    - Mais e ai, porque você demorou tanto Laís? me perguntou a Bruna
    -Bom, eu estava vindo pra escola, meio atrapalhada e não vi o carro que estava vindo na minha frente, e então ele freou e eu me assustei e cai no chão. Depois desceu um anjo do carro, e perguntou se tinha me machucado e tal, e eu disse que não, foi só isso.
    -Ele era lindo? Como ele era? Ai conta tudo, conta conta conta.
    -Tudo bem Yas, calma. Bom, ele era moreno, tinha o cabelo preto, alto, forte, e tinha os olhos verdes.
    Olhei para o lado e fiquei de boca aberta.
  • -AI MEU DEUS, NÃO, AI MEU DEUS. Yasmin e Bruna me olharam sem entender nada e perguntaram.
    - O que foi Laí? Você está bem?
    - Ele, ele ali, foi ele, o menino que quase me matou, foi ele cara, aquele Deus ali, foi ele juro que foi ele.
    -Nossa, que lindo. Vai lá falar com ele Laí.
    - Não Yasmin, você é louca? Eu em.
    - Louca por que? Louca é você que não vai falar com ele.
    - É você não vai mais ele está vindo para cá Laís. Falou a Bruna com um sorriso nos lábios.
    -Ai meu Deus o que eu faço agora? Me ajudem, eu tenho que fugir.
    - Não mesmo você vai é ficar aqui.
    Vi ele se aproximando, sorrindo, parecia um anjo, acho que eu estava sonhando, eu precisava de um beliscão pra acordar, na verdade se aquilo fosse um sonho eu queria dormir pra sempre.
    -Ei menina atrapalhada. Falou ele sorrindo.
    -Oi menino que quase me matou. Sorri para ele sem graça
    Ele começou a rir..
    .-Foi mal, nem cheguei me apresentar, meu pai ficou me apressando, mas então, foi mal quase te matar viu, mal mesmo.
    -Ah tudo bem, eu que sou atrapalhada mesmo. Mas qual seu nome?
    - Eric, e o seu?
    -Laís
    - Hum, prazer então Lais
    -Não, é LAÍS.
    - É, mais eu quero te chamar de Lais.
    - Para eu vou te bater.
    - Eia, é agressiva?
    -Sou, demais, eu gosto de bater nas pessoas.
    - Vem bater em mim que eu te bato também. Ele riu
    -Que? Que covarde você em.
    -Claro, tenho que me defender não é?
    -Como você é feio e sem graça.
    -Como? Eu sou lindo, gostoso e cheio da graça? Claro que eu sou.
    - Idiota. Segurei para não rir.
    Tocou o sinal, então acabou o recreio. Ele me olhou, e sorrio
    -Até que enfim acabou, não aguentava mais te olhar.
    -Não mente LAIS, não mente que tá gamada em mim.
    -Aham, quem sabe na próxima vida. Sai rindo.
    Na aula de Ciências eu já tinha terminado de fazer a atividade, então eu resolvi pegar meu diário e contar os acontecimentos de hoje.

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